quarta-feira, 18 de março de 2009

CAPÍTULO - DA AMIZADE, NASCEU O AMOR

Eram duas horas da tarde quando as operárias da fábrica "A Galinha" acabaram o peixe naquele dia. Maria Augusta ao transpor o portão dá de frente com os olhos de um moço que está à sua espera. Este quando a reconhece caminha para ela. E diz-lhe:
__ Olá Maria Augusta! Como estás?
__ Eu estou bem. E tu? Como está a tua saúde? __ Pergunta a rapariga pensando na notícia de que havia tido conhecimento.
__ Eu estou melhor. Sabes? Eu gostava de falar contigo.
__ Está bem. Mas o que é que tens para falar comigo?
Perante a pergunta o rapaz empalideceu. E em silêncio caminhavam lado a lado a caminho de casa quando por fim, ele diz:
__ Maria Augusta, eu só sei que Maria José morreu ou melhor se matou, mas não sei mais nada. E gostava que me falasses dela. Como tudo aconteceu?
__ Joaquim, não é muito fácil para mim recordar toda a tragédia, mas se assim o desejas?
A rapariga conta em poucas palavras o que se passou. O rapaz sentia-se mal, mas ao mesmo tempo sentiu-se bem ao falar com alguém, daquela que amou perfundamente. Quando Maria Augusta acabou de falar olhou para ele e, vê sair dos seus olhos duas lágrimas que rolam pelas pálidas faces. Ela comovida diz-lhe com carinho:
__ Joaquim não chores. Então? Tu não foste culpado e deves esquecê-la.
O rapaz olha para ela e sente vontade de cair nos seus braços, de ouvir a sua voz doce e, de sentir as suas mãos a acariciar-lhe os seus cabelos. Em voz rouca diz:
__ Sim, Maria Augusta, talvez tenhas razão.
Ditas as palavras ambos se olharam em silêncio. Ele sente subitamente um estranho sentimento. Um sentimento que não sabe explicar. Ela ao olhá-lo estremeceu. Os dois despediram-se com a promessa de que ficariam amigos para sempre.
Joaquim Elias depois de chegar a casa dirigiu-se para o seu quarto. O seu pensamento está longe e sem querer pronuncia: "Maria Augusta, como é doce a tua voz. Como são belas as tuas palavras. Como são belos os teus olhos. Como são rubros os teus lábios. Ah! Como é possível eu nunca ter reparado em ti. E como tenho sido infeliz!" E neste pensamento olha para a fotografia que está sobre a mesinha de cabeceira e diz: " Maria José, perdoa-me. Tu sabes, eu te amei muito, mas agora que partiste para a eternidade eu preciso ser feliz para sobreviver.
A Senhora D. Mariana depois de fazer o jantar vai ao quarto do filho. Ao bater na porta exclama:
__ Meu filho, anda, vem jantar! O jantar já está na mesa.
O rapaz sai do quarto sorridente e caminha em direcção à sala de jantar. A mãe ao olhar para ele fica pensativa e pergunta a si mesma. O que se está passando com o meu filho para estar tão contente? Na sala de jantar com os três sentados à mesa a mãe pergunta:
__ Joaquim onde estiveste esta tarde para estares tão bem disposto?
__ Ora, minha mãe, que pergunta. Eu não estive em sítio algum. E quanto a estar bem disposto é o seguinte: resolvi não sofrer mais. Ela tem razão. Deixou ele escapar...
A Senhora D. Mariana não compreendeu o filho, mas ficou radiante com as suas palavras. E dá graças a Deus por aquele momento de felicidade. Ver o filho sorrir era a sua maior alegria.

1 comentário:

Isabel Moreira Rego disse...

Amigos já faltou mais... tenho aos poucos escrito um capítulo de cada vez e muitas vezes nem isso. Podem começar a ler... mas de facto só quando estiver o início é que erão compreender a história... digamos o capítulo 1º é que tem graça conheçar a ler.
Apreveitem e coloquem o vosso parecer num comentário que não custa nada escrever... Obrigada!

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Tenho bom coração, bom carácter, gosto da humanidade em geral, gosto de crianças... diversão: gosto de ler, de escrever, conviver, gostava de ter amigos verdadeiros, como divorciada não gostava de envelhecer sozinha, estou em casa sempre que não trabalho... e gostava de ser mais feliz... encontrar alguém para amar e fugirmos à monotonia.