segunda-feira, 30 de março de 2009

* * *

No dia seguinte depois do almoço Maria José junta toda a roupa suja e vai lavá-la para a Quinta das Rosas. Ao sair de casa recomenda à sua irmã Teresa que vá buscar marmelada ao seu saco de trabalho, para fazer a chucha ao bebé e dar-lha se ele chorar. Esta, mais tarde, quando o bebé acorda vai buscar a marmelada e ao ver uma carta começa a ler em voz alta. A Senhora D. Judite que a ouve grita do quarto.
__ Teresa guarda essa carta! Não leias isso que não são coisas para ti...
Teresa parecia não ouvir a mãe e continuou a ler a carta até que o pai a ouve e, pergunta:
__ Teresa, o que é isso? O que estás a ler? É carta da mana , não é? Lê do princípio. Parece-me que essa carta não diz boa coisa...
A criança recomeça a ler a carta de Joaquim Elias até que o pai lhe pergunta:
__ Teresa onde está a tua irmã?
__ Meu pai, a mana foi lavar a roupa para a Quinta das Rosas.
O homem parecia doido. Foi ao quarto da filha removeu as gavetas uma por uma. Nada encontrou. Estavam vazias. As gavetas, os caixotes da loiça, a mala da roupa. Tudo...
__ Teresa vai à Quinta das Rosas dizer à tua irmã que venha a casa para ir comigo buscar as coisas dela, a casa do Joaquim Elias.
Esta foi imediatamente à Quinta das Rosas. Quando lá chegou disse:
__ Mana anda para casa para ires com o pai a casa do Joaquim Elias buscar as tuas coisas.
Isabella que estava com a sua irmã Maria José ficou pasmada, como não compreendeu a razão daquele recado, perguntou:
__ Mana que foi que aconteceu?
Maria José compreendendo imediatamente que o pai descobrira tudo, não responde à irmã. E correndo para a avó suplica:
__ Avozinha ajude-me! Meu pai quer que eu vá para casa. Eu tenho medo do meu pai. Não quero voltar para casa. Quero ir para casa dos meus futuros sogros __ a rapariga em poucas palavras conta a avó o que se passa. O avô ao ouvi-la, diz:
__ Não! Tu ficas cá em casa. O teu pai não se vai atrever a vir cá buscar-te.
__ Ó homem deixa ir a rapariga para casa da mãe do noivo. É para lá que ela quer ir...
A Senhora D. Palmeirinha, irmã de D. Isabel, ao compreender o que se está passando corre a casa a buscar uma bolsa e entrega a Maria José dizendo:
__ Maria José! Olha querida, vais buscar à tia dois quilos de batatas? __ Pede a tia ao mesmo tempo que lhe pisca um dos olhos para que Maria José compreenda que não é batatas que ela quer, mas sim ajudá-la.
A rapariga pegando na bolsa, disse:
__ Sim tia. Eu vou buscar as batatas para depois ir para casa __ voltando-se para Teresa disse-lhe. __ Teresa vai andando para casa e diz ao pai que eu não demoro.
Esta regateia teimosamente dizendo:
__ Eu vou para casa, mas digo ao pai que tu fugiste para casa do Joaquim Elias.
Maria José olha para todos, como que a dizer adeus. E não dando importância à irmã caminha em direcção à mercearia de Senhor Monteiro. Antes de chegar ao cruzamento transpõe de um salto o muro que já estava um tanto derrubado e segue na direcção contrária àquela que quis dar a entender à irmã. Esta para confirmar as suas suspeitas corre em direcção às escadas que a levavam à varanda que ficava por cima da casa do lavadouro e de onde se podia ver grande parte da região. Quando as suas suspeitas se confirmam desce rapidamente as escadas e exclama:
__ Eu vi! Eu vi! Ela não foi à mercearia do Senhor Monteiro, mas sim para casa do noivo. Ah! Mas eu digo ao meu pai... __ a criança corre em direcção a casa e quando lá chega conta tudo ao pai.

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Tenho bom coração, bom carácter, gosto da humanidade em geral, gosto de crianças... diversão: gosto de ler, de escrever, conviver, gostava de ter amigos verdadeiros, como divorciada não gostava de envelhecer sozinha, estou em casa sempre que não trabalho... e gostava de ser mais feliz... encontrar alguém para amar e fugirmos à monotonia.