sexta-feira, 3 de abril de 2009

* * *

Recomeçadas as aulas voltou o entusiasmo nas crianças da escola mista da província onde se ensinavam as quatro classes primárias. Para Isabella tudo era vácuo, destituído, mas logo a recordação de Maria José surgiu interrogando-a. "Onde estará a minha melhor amiga?
Na grande coragem de que era portadora a sua alma, no corpo frágil onde a esperança nunca adormecia, vivia agora a fúria dos dias solitários, mas mesmo assim Isabella conseguia passar todos os anos, na esperança de todos os dias ver mais além do que os seus olhos lhe mostravam. Ultrapassar a faixa branca que separa o mar do céu e o céu da terra, a grande e infinita faixa que separa as duas faces do Mundo. Mas tudo isto não passava de um sonho. Isabella não continuava os estudo. Eram grandes as dificuldades. O seu avô que tinha saído para a Vila havia dois dias, não regressara a casa. Por toda a parte se perguntava e se falava baixinho, mas ninguém respondia directamente a uma só pergunta que lhe fosse feita.
Na Quinta das Rosas vivia uma mulher e uma criança. Uma criança que sonhava um futuro, que tinha muitas e muitas perguntas a fazer, mas que, nem uma só pronunciava. O seu instinto de criança sabia a resposta. Mas sabia também que seu avô não era mau, mas, todavia estava preso numa casa escura, talvez ainda mais escura que a despensa da escola onde a professora fechava os meninos que não sabiam as lições. "Mas os seus companheiros não sabiam as lições. E seu avô, porque estaria preso numa casa escura?"_ pensava.
Isabella recordava a voz de uma mulher que estava falando do seu avô, na mercearia do Senhor Monteiro, quando ela foi fazer um recado à avó.
"Tu sabes Carolina? O José da Silva está fora de casa há dois dias, ninguém sabe dele, uns dizem que ele está preso, outros que está morto."
" Que dizes mulher? __ Pergunta Carolina. __ Sim. O José da Silva que mora na Quinta das Rosas, o avô de Isabella".
" O quê? Ah mulher! Então o homem nunca fez mal a ninguém. Não pode ser verdade __ acrescenta Carolina."
Enquanto as duas mulheres falam todas as outras pessoas se afastam. Carolina ao olhá-las não pôde calar um grito de revolta e, diz-lhes:
" Oh gente! Porque tenhais medo de ouvir falar de um homem honesto que, nunca roubou nem matou ninguém! Ou tenhais medo que a sua dor, a sua tortura ou a sua morte, um dia sejam louvadas?"
Carolina fez uma pausa e, ao olhar a porta da rua vê Isabella de boca aberta e de lágrimas nos olhos. Carolina logo compreende que as suas palavras, embora com boas intenções, fazem sofrer aquela criança que nada de concreto sabe de seu avô.

4 comentários:

Isabel Moreira Rego disse...

Eu sou a gavota, mas consegui aqui chegar. Jinhos para todos os visitantos deste blog. E boa leitura. Podem ler de capítulo em capítulo. Se for mais facil.
Jinhos
gaivota

Winne disse...

Como é possível uma pessoa que autodenomina-se escritora consegue "assassinar" o Português do modo que a senhora o faz, ao menos tente escrever sem erros ortográficos!

Isabel Moreira Rego disse...

Pois é meu amigo...! Erros ortográficos são o forte de quem se atreve a escrever um livro aos 11 anos de idade. Mas pode acreditar que muitas pessoas não teriam a ousadia de escrever... certamente é o seu caso... Parabéns por saber que os erros só aparecem nos livros de quem os escreve...

Isabel Moreira Rego disse...

Corregir os erros do primeiro comentário: ! Eu sou a gaivota com a perna partida, mas consegui aqui chegar. Beijinhos para todos os visitantes deste blog. Boa leitura. Podem ler de capítulo em capítulo, se for mais fácil.

A Gaivota

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Acerca de mim

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Tenho bom coração, bom carácter, gosto da humanidade em geral, gosto de crianças... diversão: gosto de ler, de escrever, conviver, gostava de ter amigos verdadeiros, como divorciada não gostava de envelhecer sozinha, estou em casa sempre que não trabalho... e gostava de ser mais feliz... encontrar alguém para amar e fugirmos à monotonia.